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Política O PARADOXO

“Emprego em alta, popularidade em queda: o desafio de Lula em conciliar números e percepções”

Taxa de desemprego cai para 6,6% em 2024, menor patamar da história, mas desaprovação de Lula chega a 49,8%: o paradoxo da economia e da política

31/01/2025 22h05 Atualizada há 2 meses
Por: Redação Fonte: Analise por Mercuccio
imagem criada por ipê Brasilia
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"It's the economy, stupid" (É a economia, idiota) a celebre frase cunhada em 1992, por James Carville, então estrategista da campanha presidencial de Bill Clinton, é recentemente lembrada aos governantes.

O 3º mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vive um momento aparentemente contraditório. De um lado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anuncia que a taxa média de desemprego caiu para 6,6% em 2024, o menor patamar da história. De outro, a desaprovação do presidente Lula, atingiu 49,8%, segundo pesquisa da AtlasIntel, com 44,6% da população avaliando o governo como "ruim" ou "péssimo". Enquanto apenas 40,8% consideram a gestão "ótima" ou "boa", os dados revelam um paradoxo que desafia a lógica tradicional entre economia e popularidade.

A queda do desemprego para 6,6% pode ser atribuída à recuperação econômica pós-pandemia, com a retomada do consumo, investimentos e produção, além de políticas de geração de emprego implementadas pelo governo Lula, como incentivos fiscais. Setores como serviços, agropecuária e tecnologia também têm puxado a criação de vagas, impulsionados pela digitalização e transformação econômica. O índice é, sem dúvida, um marco significativo para o país.

No entanto, é preciso cautela ao celebrar esse número. A queda do desemprego nem sempre reflete uma melhora na qualidade de vida da população. Dados históricos mostram que, no Brasil, a redução da desocupação frequentemente vem acompanhada de um aumento no trabalho informal – O caso dos trabalhadores que atuam por meio de aplicativos ou em prestações de serviços como autônomos. Se esse for o caso, o indicador positivo pode estar mascarando problemas estruturais do mercado de trabalho, como a falta de garantias trabalhistas e a instabilidade financeira.

A desaprovação do presidente Lula cresce, chegando a 49,8%. Esse cenário pode ser explicado por uma série de fatores. Lula chega ao seu 3º mandato com a promessa de "reconstruir" o país após o governo Bolsonaro. Que a picanha estaria no prato do brasileiro assim como o feijão com o arroz. No entanto, após mais de dois anos de mandato, parte da população pode sentir que as promessas de melhoria na economia, não foram plenamente cumpridas. Além disso, o custo de vida especialmente preços de alimentos, combustíveis e habitação, continua pressionando a renda das famílias. A inflação, embora controlada em 2024, pode ter deixado sequelas no poder de compra da população.

O desgaste político também contribui para o cenário de insatisfação. Lula enfrenta desafios significativos no Congresso e na opinião pública, com oposição ferrenha de parte da sociedade e da mídia.

O recuo do governo em revogar a norma da Receita Federal sobre movimentações financeiras (Pix), causou irritação até na base de apoio do presidente Lula, a oposição mobilizou seus eleitores de forma eficaz, ampliando o desgaste.

O crescimento da desaprovação de Lula, mesmo com indicadores econômicos positivos, é um sinal de alerta para o governo. Se a desaprovação continuar crescendo, Lula pode perder capacidade de articulação política, dificultando a governabilidade. Além disso, a alta desaprovação pode impactar o cenário presidencial de 2026, dependendo da evolução da impopularidade do governo.

A queda do desemprego para 6,6% é um dado positivo, mas insuficiente para garantir a popularidade do governo Lula. A desaprovação de 49,8% reflete insatisfações que vão além dos indicadores econômicos, incluindo questões políticas, sociais e de percepção da qualidade de vida.

Enquanto isso, o paradoxo entre economia e política segue como um dos principais desafios do governo Lula em 2025. Para reverter esse cenário, o governo precisará não apenas manter a economia em crescimento, mas também garantir que os benefícios desse crescimento sejam sentidos pela população de forma mais ampla e equitativa. Além disso, será crucial melhorar a comunicação com a sociedade e enfrentar os desafios políticos que minam sua imagem.

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