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Saúde Janeiro Verde

Câncer de colo de útero: terapias inovadoras estão transformando o cenário de combate à doença 

Campanha Janeiro Verde chama a atenção para os avanços na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do tumor, como a imunoterapia e vacina contra HPV

15/01/2025 15h25
Por: Redação
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O câncer de colo de útero, um dos mais comuns entre as mulheres no Brasil e no mundo, tem tido importantes avanços no campo da medicina nos últimos anos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que mais de 17 mil casos da doença sejam registrados no Brasil em 2025. O Distrito Federal deve ter mais de 200 diagnósticos esse ano. 

 

As inovações no tratamento do tumor, associado principalmente à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV), estão trazendo novas perspectivas e aumentando a taxa de cura. Dentre os principais progressos, destaca-se o uso da imunoterapia, que tem emergido como uma opção promissora no tratamento do câncer de colo uterino, principalmente em estágios avançados da doença. 

 

Imunoterapia: a nova fronteira no tratamento 

 

A imunoterapia, que já tem mostrado grandes resultados em outros tipos de tumores, como melanoma e pulmão agora começa a se destacar também no tratamento do câncer de colo de útero. De acordo com a oncologista da Oncoclínicas Brasília, Andreza Souto, essa abordagem inovadora ajuda o sistema imunológico a combater a neoplasia.  

 

“Um dos principais medicamentos que vem ganhando destaque são os inibidores de checkpoint imunológico. Normalmente, algumas células cancerígenas conseguem se esconder do sistema de defesa do corpo. A imunoterapia bloqueia esse esconderijo, permitindo que o sistema imunológico enxergue e ataque as células cancerígenas”, explica.  

 

Ainda de acordo com a médica, a imunoterapia tem apresentado êxito em pacientes que têm câncer de colo uterino com características específicas em estágios mais avançados. Recentemente um estudo apresentado no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) mostrou ganho de sobrevida livre de progressão e sobrevida global para pacientes que estão na fase inicial da doença, tornando o tratamento mais eficaz.   

 

“ Os resultados demonstraram que a combinação de pembrolizumabe com quimioterapia proporcionou um benefício significativo em comparação com a quimioterapia isolada, independentemente da expressão de PD-L1. Isso representou um avanço significativo no tratamento dessa condição, que antes tinha opções terapêuticas limitadas” , destaca a médica.  

 

Diagnóstico precoce e avanços em tecnologias 

 

Outra grande evolução no combate a neoplasia é a melhoria no diagnóstico precoce. O exame de Papanicolau, que já é uma ferramenta fundamental na detecção de alterações nas células do colo do útero, ganhou novos aliados com a implementação de técnicas de imagem mais precisas, como a colposcopia de alta definição, que permite a visualização detalhada das células cervicais. Além disso, a introdução de testes moleculares de detecção tem sido um marco na defesa contra a doença.  

 

“O teste detecta a presença do vírus HPV diretamente no organismo, através da coleta de material genético. A vantagem é que ele permite identificar mais precocemente as lesões do que o exame Papanicolau”, ressalta. 

 

Vacinação: medida fundamental no combate à doença 

 

Embora os tratamentos para o tumor tenham avançado significativamente, a prevenção continua sendo a chave para reduzir a incidência da neoplasia. A vacina contra o HPV, que protege contra os tipos mais comuns e perigosos do vírus, tem mostrado resultados excepcionais na prevenção de lesões precoces do colo do útero. “A imunização de meninas a partir dos 9 anos, com a inclusão também de meninos em algumas regiões, tem sido uma medida importante no controle da doença”, reforça Andreza Souto. 

 

Desde 2017, o Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal o uso da tetravalente para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, e também para mulheres e homens com imunossupressão até 45 anos de idade. A imunização pode ser feita em qualquer unidade de saúde. O número de doses varia de acordo com a idade. 

 

 

  • Duas doses com intervalo de seis meses entre elas (0 - 6 meses): indicado para meninas e meninos de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias.  
  • Três doses, sendo a segunda, um a dois meses após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira dose (0 - 1 a 2 - 6 meses): para pessoas a partir de 15 anos.  
  • Para imunodeprimidos por doença ou tratamento de qualquer idade, o recomendado são três doses, sendo a segunda, um a dois meses após a primeira, e a terceira, seis meses após a primeira dose (0 - 1 a 2 - 6 meses).  

 

De olho no futuro: mais avanços 

 

Com o crescente número de pesquisas e ensaios clínicos, o futuro do tratamento do câncer de colo de útero é promissor. Além da imunoterapia, novas terapias-alvo, que atacam diretamente os mecanismos moleculares do câncer, estão em desenvolvimento e devem trazer ainda mais opções para as pacientes. 

 

“O avanço do conhecimento médico, associado ao diagnóstico precoce e à prevenção por meio da vacinação, tem potencial para reduzir significativamente os casos da neoplasia e a mortalidade associada a essa doença. Por isso, campanhas como o Janeiro Verde é uma oportunidade para reforçar a importância da conscientização sobre o tumor”, finaliza a oncologista da Oncoclínicas Brasília.  

 

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